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Papers Please e Republia Times: O cotidiano no autoritarismo

 Um governo autoritário e uma revolução sendo tramada, vários jogos trazem uma história mais ou menos como essa, mas a grande diferença desses dois que eu vou falar é o papel que o jogador desempenha nestes jogos. Nestes jogos você não assume o papel de um revolucionário querendo derrubar o governo, e também não é um governista tentando acabar com os planos dos rebeldes. Você é uma pessoa normal, que pode no máximo fazer sua parte para ajudar um dos interessados. Ambos os jogos foram lançados por Lucas Pope, que atualmente é o único cara da indústria de games que eu sou realmente fã, Republia Times é um jogo criado originalmente em Flash, mas que continua disponível online e gratuitamente  neste link . O jogo todo foi feito como um aquecimento para o Ludum Dare, uma competição de jogos feitos em apenas 48 horas. Já Papers Please é um jogo bem mais elaborado, embora claramente bebendo da mesma fonte, Papers Please está disponível para PC e Ipad. A ideia de Republia Times é a seguinte: v

As duas versões do caso Von Richtofen

 Eu não vivi a comoção do caso Von Richtofen. Quando o crime aconteceu eu tinha pouco mais de dois anos, obviamente não lembro de nada embora saiba de toda a comoção que envolveu o assassinato do casal Manfred e Marísia Von Richtofen por Daniel e Christian Cravinhos, a mando de Suzane Von Richtofen. Dito isso, tudo que eu sei sobre o caso vem de noticias posteriores e do imaginário popular. Por isso me interessei em ver os filmes sobre o caso, disponíveis no Prime Vídeo. São dois filmes, "A Menina que Matou os Pais", que conta o ponto de vista de Daniel Cravinhos sobre o caso e "O Menino que Matou os Meus Pais", que conta o ponto de vista de Suzane Von Richtofen. Eu os vi na ordem sugerida, com o filme que trata o ponto de vista da Suzane primeiro, mas depois de ver os dois acho que a ordem não faz tanta diferença. Os dois filmes tem o mesmo inicio, com a polícia chegando no local na noite do crime. Algumas cenas se repetem, mas sempre com alguma fala diferente, ou

As duas mensagens de Admirável Mundo Novo

 Admirável Mundo Novo é um livro lançado por Aldous Huxley em 1932, o livro retrata uma sociedade futurista em que as pessoas são divididas em classes devido a sua concepção genética, as convenções sociais da sociedade são completamente diferentes das atuais e todas as tristezas e emoções ruins são resolvidas com soma, uma droga que deixa as pessoas em constante estado de felicidade. Recentemente, a NBC anunciou que estava trabalhando em uma adaptação em série de Admirável Mundo Novo como original do seu serviço de streaming, o Peacock, aqui no Brasil a série esta disponível no catalogo do Globoplay. A série tem apenas uma temporada e nove episódios, e já foi confirmado que não terá uma segunda temporada, e o final não deixa muitas aberturas para isso. Quando eu vi a noticia de uma adaptação de Admirável Mundo Novo eu estranhei a principio, eu gosto da história do livro, porém não via como fazer uma adaptação fiel da história do livro, e então, a série não é uma adaptação fiel.  A soci

Tenacious D e a zona de conforto

 Você possivelmente conhece Tenacious D como "a banda do Jack Black" ou talvez como "a banda que colocou o Júnior Groovador no Palco Mundo do Rock in Rio", talvez você nem conheça Tenacious D (o que é um erro, já que a banda é maravilhosa). Ou talvez você, assim como eu, conheceu eles pelo filme de 2006. O filme é ruim, eu reconheço, mas eu gosto dele mesmo assim, e as músicas são excelentes, tanto que o álbum com a trilha sonora é o melhor da carreira da banda, e foi o que alavancou eles para o sucesso (além do fato de ser a banda do Jack Black). O filme é um musical de comédia, seus personagens principais são o garoto do interior que vai para a cidade grande em busca do sonho de se tornar um astro do rock (Jack Black) e o cara que está já a muito tempo nessa busca sem tanto sucesso (Kyle Gass). Eles se juntam em uma banda, a Tenacious D, e vão em busca do que eles julgam ser o amuleto para o sucesso: A Palheta do Destino O plot do filme seria digno de um filme de

Roma: Game of Thrones antes de existir Game of Thrones

 Uma serie épica da HBO, com batalhas, intriga, politica e relacionamentos tudo isso mostrado em uma situação em que não há bem ou mal, apenas pessoas e cada um tem seu interesse. Estou falando de Game of Thrones... mas também de Roma, uma série feita uns anos antes e que, ao contrario de GoT (sim, ainda não superei as duas ultimas temporadas), é boa do inicio ao fim. Roma trata, obviamente, da Roma Antiga, mais precisamente do período entre a dissolução do Primeiro Triunvirato até a aclamação de Otávio Augusto como o primeiro imperador do Império Romano (não é spoiler, é história). Além disso, a série também traz dois personagens principais: Lucius Vorenus e Titus Pullo, dois soldados da 13a legião, ambos realmente existiram, porém não do jeito que a serie os retrata. A série em geral é muito fiel a história real, com algumas adaptações compreensíveis para uma obra de ficção, mas nada que realmente faça diferença no final das contas, também é interessante a presença de várias figuras

A Sombra de Gigantes e a importância dos times pequenos

 Minha relação com o futebol tem altos e baixos ao longo da vida, em certos momentos vejo todos os jogos possíveis na TV, de qualquer campeonato, em outros momentos só acompanho o Flamengo mesmo, e as vezes nem tão fanaticamente. Dito isso, o livro A Sombra de Gigantes, de Leandro Vignoli, é um livro que celebra o que de mais importante tem no futebol: as torcidas, e faz isso com o auxilio dos mais aficionados torcedores de clubes pequenos, muitas vezes que vagam por divisões inferiores do futebol europeu No livro são tratados os torcedores de, em ordem: Espanyol e Rayo Vallecano, da Espanha; Munique 1860, Union Berlin e St. Pauli, da Alemanha; Millwall, Fullham e Leyton Orient, da Inglaterra; Queens Park, da Escócia; Belenenses, de Portugal; Red Star da França; Sparta Rotterdam, da Holanda; e Torino, da Itália. O livro é estruturado em cima de uma viagem, que o autor faz a cada uma das cidades para entender a relação do clube com sua torcida, seu bairro, seus rivais e em alguns casos,

Va11 Hall-A: Hora de fazer drinks e seguir com a vida

 Va11 Hall-A Cyberpunk Bartender Action é uma visual novel feita pelos venezuelanos do Sukeban Games, como o nome diz, o jogo se passa em um bar, situado em um mundo cyberpunk e o jogador incorpora Jill, a bartender responsável por fazer os drinks. Nesse jogo, você não é o herói prometido a gerações, não é o líder de um exercito, um bandido procurado nem alguém destinado a sobreviver em um mundo pós-apocalíptico. Você é apenas uma bartender, com seu trabalho normal e preocupada em pagar as contas no fim do mês, e é por isso que eu gosto tanto deste jogo. O único elemento de gameplay no jogo são os drinks pedidos pelos clientes, em que você tem que misturar os ingredientes e a forma de preparo, acertar ou errar os drinks influencia no seu pagamento e com isso no grande objetivo final do jogo, o pagamento do aluguel. Alguns clientes exigem o drink de uma certa forma, enquanto outros são mais abertos a experimentações, tendo inclusive clientes que deixam você preparar o drink que você qui