Outubro de 2017: Estava eu na escola, terceiro ano do ensino médio, entre uma partida de copo d'agua e outra eu abro o Twitter: Foo Fighters no Maracanã em fevereiro. Cheguei em casa e comentei com a minha mãe, grande fã de Foo Fighters, comprei o ingresso, agora só esperar o dia.
25/02/2018: O grande dia do show, eu, minha mãe e um na época amigo nosso, pegamos o ônibus e fomos rumo ao Maracanã, chegamos lá, fizemos uma amizade com uma galera que estava do lado e tudo tranquilo, até a hora do show, como a grana tava curta, pegamos um lugar na Leste Inferior, bem longe do palco, mas com uma vista boa, lugar para sentar e sem muita gente aglomerada, mas pra alguns isso não era suficiente, durante os shows de abertura vi uma galera pulando o muro e indo pra pista, o "amigo" na primeira de suas atitudes geniais da noite acaba tendo a brilhante ideia de fazer o mesmo, obviamente foi pego pelos seguranças, ameaçado de ser expulso do Maracanã e teve de voltar ao seu lugar.
Lembra daquelas amizades que arrumamos? então eram duas mulheres que estavam lá curtindo o show, e logo percebemos que talvez rolasse algo, mas não rolou pois uma delas foi roubada durante o show (Rio de Janeiro) o que cortou o clima delas a noite.
Ao final do show, precisaríamos matar tempo no Rio, afinal, o próximo ônibus para Magé (onde eu moro) só sairia as 4 da manhã (era meia-noite) e pegar Uber/Taxi estava completamente fora de cogitação devido ao preço. Após uma breve conversa sobre pra onde iriamos, ainda dentro do Maracanã, o "amigo" vem com uma sugestão, um bar ali perto (segundo ele) que era muito bom (segundo ele), e "era tão perto que dava pra ir andando" confiamos e fomos na dele
Ao sair do Maracanã, minha mãe se desiquilibra e cai, sem maiores explicações, ela simplesmente cai e depois descobriríamos que ela rachou o osso do ombro, depois de uns 10 minutos de caminhada encontramos um posto de gasolina, resolvemos entrar, comprar um biscoito pra enganar o estomago, minha mãe foi ao banheiro e o "amigo" foi comprar um maço de cigarro, só que ai vem mais uma genialidade dele: quem estava tomando conta da conveniência do posto não trabalhava lá realmente, era só um senhor que tava quebrando um galho pra um amigo que precisou sair, e ele não entendia absolutamente nada de cigarros, então ele virou pro "amigo" e disse: pega o que tu quiser, fala o preço e paga aqui, ou seja, ele poderia pegar qualquer cigarro por qualquer preço que o cara não ia nem desconfiar, só que o "amigo" foi honesto, pegou o cigarro que ele queria, que por sinal era o mais caro, falou o preço que tinha na tabela e pagou, tudo certo, se não fosse uma coisa: ele pegou o cigarro errado, ele pagou mais caro do que o preço tabelado do cigarro que comprou, por pura burrice.
Depois de mais uns 40 minutos de caminhada (era pertinho, né?) chegamos ao tal bar: fechado, ao ver isso o "amigo" disse que tinha outro bar, no final da rua que era "tão bom quanto", chegamos nesse bar, praticamente vazio, um cara tão bêbado que tava jogado no chão e um barulho vindo da rua ao lado, sentamos um pouco pra descansar da caminhada e nos 15 minutos que estávamos lá, vimos uma mulher chegar, dar uns três tapas na cara do cara desacordado, que nem se mexeu, após isso ela mexeu nos bolsos dele, não encontrou nada, e e pra não perder a viagem, roubou o tênis do cara. Sim, tínhamos acabado de ver um cara desacordado ser roubado na cara dura.
Depois disso, resolvemos seguir pela rua no qual vinha o barulho, afinal era mais seguro ir por uma rua movimentada, e ela também era caminho pro nosso novo destino: a Central do Brasil, de onde pegaríamos o ônibus de volta pra casa, o "amigo" mais uma vez disse que era "pertinho", mas dessa vez nem faria diferença, não tinha nenhum Uber por perto, o único meio de chegar lá era andando, e assim fomos.
Ao chegar na rua barulhenta deu pra perceber o motivo do barulho, a rua estava completamente movimentada, e após uma rápida olhada, percebemos aonde estávamos: Vila Mimosa, famosa rua de prostíbulos do Rio de Janeiro, Sim, eu estava com minha mãe na Vila Mimosa.
Rapidamente seguimos o nosso rumo, em direção a Central do Brasil e nesse momento estávamos todos com muita fome e querendo algo pra comer, mas estava tudo fechado, depois de mais uns 30 minutos andando ("pertinho") achamos um camelô vendendo biscoitos enquanto o resto da família dele dormia em volta da barraca, em baixo de um viaduto.
Depois de comprarmos os biscoitos, olhamos para o lado e vimos a Rodoviária Novo Rio (que é bem longe da Central do Brasil, que é onde a gente pegaria o ônibus). já cansados de andar a pé, resolvemos pegar um táxi ali, valor: 50 reais, desistimos de pegar o táxi e seguimos em direção a Central do Brasil, até que finalmente desistimos, paramos num ponto em que o nosso ônibus passaria e que tinha uma viatura da policia estacionada do lado, sentamos no chão mesmo e ao nosso lado tinha uma poça que, pensando bem, era mijo.
Depois de uns 20 minutos, finalmente a jornada chegava ao fim, no horizonte vinham dois faróis, uma van, caindo aos pedaços, digna dos pilotos do Choque de Cultura, para do nosso lado e o cobrador pergunta "Magé?" entramos na van sem pensar meia vez e após entrar minha mãe pergunta o preço de 3 passagens: 15 reais, valor absurdamente barato, já que o ônibus sairia a 12 reais cada uma das passagens, minha mãe pagou e tudo certo, mais pra frente entra um cara e pergunta o valor de duas passagens: 20 reais. Terminamos a viagem em silêncio
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